Menos custo com máquinas, mais retorno com estratégia

Uma das perguntas mais frequentes que recebo é se os avanços da IA são só para as big techs ou se já afetam empresas brasileiras.

Afinal, se o modelo da OpenAI ficou 3% mais preciso ou a Anthropic reduziu alucinações em 2 pontos percentuais, o que isso muda para o empresário que está tentando reduzir custos, ganhar eficiência e atender melhor seu cliente? 

À primeira vista, parece pouco. Mas a notícia que lidera esta edição traz um alerta poderoso: estamos entrando em uma nova era de IA em que nem sempre o maior vence.

Negócios que hoje hesitam em adotar IA por conta de investimentos altos ou infraestrutura limitada podem começar a pensar diferente. Modelos menores e mais específicos começam a entregar desempenho superior em tarefas críticas como planejamento, análise de dados e tomada de decisão lógica.

O futuro da IA nos negócios não será definido pelo tamanho dos modelos, mas pela inteligência com que eles são aplicados. E isso muda tudo.

Você vai ver por aqui:

A IA compacta começa a mostrar que eficiência pode valer mais que potência. Nesta edição, você vai entender como isso afeta sua empresa na prática.

  • Como um modelo com 27 milhões de parâmetros superou GPT-4 e Claude em tarefas de raciocínio

  • Como os modelos de IA da Microsoft podem impactar Office, Teams e Azure

  • O que o novo ranking da A16z revela sobre os apps que estão ganhando uso real no mercado

Pequena por fora, gigante por dentro: a IA que pensa mais rápido que o ChatGPT

A startup Sapient, de Cingapura, apresentou o HRM, um modelo de IA com apenas 27 milhões de parâmetros que superou o GPT-4 (34,5%) e o Claude 3.7 (21,2%) no benchmark ARC-AGI-1, atingindo 40,3% de acurácia em tarefas de raciocínio lógico. 

O modelo imita o funcionamento hierárquico do cérebro humano e opera com eficiência extrema, sem precisar de bilhões de parâmetros ou treinamento supervisionado.

Este resultado expõe uma fragilidade das big techs: depender de escala massiva para melhorar a performance. Enquanto gigantes como OpenAI e Google seguem ampliando modelos e custos, o HRM mostra que é possível obter resultados superiores com arquitetura enxuta e inteligência no treinamento. 

Para empresas brasileiras, isso representa um divisor de águas. Em vez de depender de soluções caras e padronizadas, abre-se espaço para adotar modelos mais leves, ajustados a contextos específicos e operacionais.

Da teoria para a prática:

Hoje, você ainda não consegue acessar o HRM diretamente, já que o modelo foi lançado em paper e ainda está em fase de pesquisa. Mas já existem alternativas compactas disponíveis no mercado que seguem a mesma lógica de eficiência:

  1. Acesse modelos abertos em plataformas públicas
    Entre no Hugging Face ou no OpenRouter. Ambos oferecem modelos compactos focados em raciocínio lógico e muitas opções gratuitas para teste.

  2. Teste casos reais da sua empresa
    Copie um processo simples da sua operação (como validação de documentos, classificação de clientes ou triagem de pedidos) e rode no modelo, comparando com o que você já usa hoje.

  3. Avalie custo e desempenho
    Muitos desses modelos compactos podem ser usados sem custo inicial. Se for testar em escala, os preços costumam ser bem mais baixos que os de soluções como GPT-4. Meça tempo economizado, acertos e custo por execução.

A Microsoft entra de vez na corrida da IA com tecnologia própria

A Microsoft apresentou seus primeiros modelos de IA desenvolvidos internamente: o MAI-Voice-1, especializado em áudio, e o MAI-1-preview, modelo de linguagem geral. A estratégia marca um movimento claro de reduzir a dependência da OpenAI e fortalecer o ecossistema Microsoft, já que esses modelos serão integrados ao Copilot e ao Azure AI Studio.

Esse passo mostra que a Microsoft não quer ser apenas distribuidora da OpenAI, mas dona da sua própria tecnologia. Para empresas brasileiras, isso significa acesso a novos modelos integrados às ferramentas já usadas no dia a dia, como Office 365, Teams e Azure, com potencial de custo menor e mais controle sobre aplicações corporativas.

Como usar na prática:

  • Se sua empresa já utiliza Office 365 ou Teams, acompanhe as atualizações do Copilot: os novos modelos devem ser incorporados diretamente sem custo adicional.

  • Para quem usa Azure, explore o AI Studio, que deve oferecer acesso prioritário aos modelos MAI.

  • Planeje projetos de IA considerando que, em breve, haverá mais de uma opção Microsoft além do GPT, o que pode abrir espaço para negociações de preço e flexibilidade de arquitetura.

Do WhatsApp ao ChatGPT: os apps de IA que ninguém para de usar

A Andreessen Horowitz divulgou a 5ª edição do seu ranking dos 100 apps de IA mais usados por consumidores. ChatGPT segue na liderança, com Gemini em segundo lugar. 

O ranking mostra a ascensão rápida de apps de “vibe coding” como Lovable, Cursor e Replit, além da forte presença chinesa, com 22 dos 50 principais apps móveis, mesmo com uso global limitado.

O ranking expõe onde está o uso real da IA fora dos laboratórios. O crescimento dos apps de desenvolvimento e automação revela que a adoção está migrando da curiosidade para a aplicação prática, especialmente entre pequenas empresas e equipes ágeis. 

Apps chineses dominam pela leveza e experiência do usuário, enquanto ferramentas ocidentais tentam competir com integração e marca. Para empresários brasileiros, entender esse mapa ajuda a antecipar quais soluções podem gerar vantagem competitiva ou redução de custo nos próximos meses.

Acesse agora mesmo:

O ranking dos apps de IA mais usados está disponível gratuitamente no site da Andreessen Horowitz (a16z), basta buscar no Google “a16z AI apps ranking”.

  1. Acesse a lista e escolha 2 ou 3 apps que façam sentido para sua operação.

  2. Procure os apps de IA na App Store, Google Play ou no site oficial e teste as versões gratuitas.

  3. Defina uma meta simples para medir em 30 dias, como reduzir tempo de tarefa ou aumentar eficiência da equipe.

O que fazer depois dessa news 

  • Teste modelos compactos de IA em tarefas que exigem raciocínio lógico (ex: classificação, triagem, análise de opções)

  • Explore os novos modelos de IA da Microsoft no Copilot ou no Azure AI Studio e avalie como podem apoiar sua operação

  • Revise seus gastos com ferramentas de IA: mantenha apenas o que gera retorno claro ou integra com seus fluxos atuais

  • Pesquise no ranking da A16z pelo menos dois apps citados que possam substituir tarefas repetitivas na sua operação

  • Mapeie processos que ainda dependem de decisão humana e avalie se podem ser otimizados com IA leve e especializada

  • Estabeleça uma métrica simples de ROI para qualquer nova ferramenta testada: tempo economizado, custo reduzido ou conversão aumentada

  • Compartilhe este conteúdo com seu time executivo e discuta quais insights podem ser aplicados já na próxima semana

O futuro da IA já é acessível, mas nem toda empresa está pronta para usá-lo

O que me chamou atenção ao montar esta edição não foi só a inovação técnica do HRM ou a chegada dos primeiros modelos próprios da Microsoft, mas a mensagem estratégica por trás dessas movimentações: estamos diante de uma virada silenciosa, em que inteligência bem aplicada começa a superar força bruta.

Para quem lidera uma operação e precisa equilibrar custos com crescimento, essa mudança é decisiva. Não se trata mais de apostar nos maiores modelos ou nas marcas mais famosas, mas de identificar onde uma IA menor, mais eficiente e segura pode entregar resultado concreto, seja no uso de soluções compactas ou nas integrações que já fazem parte do seu dia a dia com ferramentas Microsoft.

O excesso de opções ainda paralisa muita gente. Mas o caminho mais inteligente agora é simplificar, testar rápido e medir retorno. Use os insights desta edição para provocar sua equipe, cortar o que não entrega e ajustar o que pode escalar.

Se essa newsletter te ajudou a ver um caminho mais claro, compartilhe com outros empresários que também estão buscando eficiência com estratégia usando este link: https://news.viverdeia.ai/

Até semana que vem.